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domingo, 23 de setembro de 2012

AS LENDAS DA REGIÃO NORTE PARTE 2



A Lenda da Cobra Grande
Há muito tempo, existiu em uma das tribo do Amazonas, uma mulher muito perversa que inclusive, devorava crianças. Para por fim a tantas dores causadas por ela, a tribo decidiu atirá-la no rio, pensando que ela morreria afogada e nunca mais viesse a perseguir ninguém. Porém, Anhangá, o gênio do mal, decidiu não deixá-la morrer e casou-se com ela, dando-lhe um filho. O pai transformou o menino em uma cobra, para que ele pudesse viver dentro do rio. Porém, logo a cobra começou a crescer e crescer...
O rio tornou-se pequeno para abrigá-la e os peixes iam desaparecendo devorados por ela. Durante a noite seus olhos iluminavam como dois faróis e vagavam fosforescentes por sobre os rios e as praias, espreitando a caça e os homens, para devorá-los. As tribos aterrorizadas, deram-lhe o nome de Cobra Grande.
Um dia a mãe da Cobra Grande morreu. Sua dor manifestou-se por um ódio tão mortal que de seus olhos brotavam flechas de fogo atiradas contra o céu e dentro da escuridão, transformavam-se em coriscos. Depois deste dia, ela se recolheu e dizem que vive adormecida debaixo das grandes cidades. Contam também que ela só acorda para anunciar o verão no céu em forma de Serpentário, ou durante as grandes tempestades para assustar, com a luz dos relâmpagos, as tribos apavoradas.


A Lenda do Iurupari
No tempo das Amazonas, uma das "Icamiabas" se apaixounou perdidamente por um valente guerreiro. Era lei em sua taba que, depois de um grande encontro de amor, a mulher lhe oferecesse a pedra sagrada — o muiraquitã — e abandonasse para sempre o amante.
Os dois amantes foram obrigados a separar-se, mas sofreram tanto que Iurupari, deus do sonho, compadecido, resolveu abrandar tanta tristeza. A noite, unia-os em sonho, entretecendo redes das mais lindas penas, unindo-os e embalando-os espiritualmente.
Um dia, o guerreiro, cada vez mais apaixonado por aquela que só via em sonhos, aproximou-se da tribo das Amazonas. Enquanto que vagava à procura de sua amada, se deixou aprisionar por uma das Amazonas. Chegando à maloca, as outras guerreiras irritadas pela inesperada invasão do guerreiro, resolveram condená-lo ao sacrifício. Ao chegar a noite,depois que se fêz o silêncio na taba, a amante para salvar-lhe a vida, veio pedir-lhe que fugisse, mas ele se recusou, dizendo:
— Prefiro morrer a manchar minha honra de guerreiro que não teme a morte.
Então, ela vendo que as suas súplicas nao eram atendidas, invocou Iurupari e, cerrando os olhos, adormeceu ao lado do seu guerreiro.
No outro dia, ao alvorecer, encontraram os dois amantes mortos na rede. "Foi Iurupari! Foi Iurupari! ..." gritavam as Icamiabas, assustadas. E, batendo fortes palmas com as mãos e ressoando os maracás, num alarido infernal, procuraram afastar de seus olhos a visão flamejante de Iurupari, que fugiu com a luz da manhã.



A Lenda do Guaraná
Um casal de índios pertencente a tribo Maués, vivia junto por muitos anos sem ter filhos mas desejava muito ser pais. Um dia eles pediram a Tupã para dar a eles uma criança para completar aquela felicidade. Tupã, o rei dos deuses, sabendo que o casal era cheio de bondade, lhes atendeu o desejo trazendo a eles um lindo menino.
O tempo passou rapidamente e o menino cresceu bonito, generoso e bom. No entanto, Jurupari, o deus da escuridão, sentia uma extrema inveja do menino e da paz e felicidade que ele transmitia, e decidiu ceifar aquela vida em flor.
Um dia, o menino foi coletar frutos na floresta e Jurupari se aproveitou da ocasião para lançar sua vingança. Ele se transformou em uma serpente venenosa e mordeu o menino, matando-o instantaneamente.
A triste notícia se espalhou rapidamente. Neste momento, trovões ecoaram e fortes relâmpagos caíram pela aldeia. A mãe, que chorava em desespero, entendeu que os trovões eram uma mensagem de Tupã, dizendo que ela deveria plantar os olhos da criança e que deles uma nova planta cresceria dando saborosos frutos.
Os índios obedeceram aos pedidos da mãe e plantaram os olhos do menino. Neste lugar cresceu o guaraná, cujas sementes são negras, cada uma com um arilo em seu redor, imitando os olhos humanos.



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