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Janary Gentil Nunes nasceu na cidade de Alenquer, Município do Pará, em
1° de junho de 1912, filho de Ascendino Monteiro Nunes e Laurieta Gentil Nunes.
Fez o curso primário nos grupos escolares de Alenquer e Óbidos, no Baixo Amazonas,
Estado do Pará e Escola Militar de Realengo-RJ no
período de 1930 a 1934. No ano de 1934 assumiu a direção da revista da Escola Militar. Serviu no pelotão em Clevelândia do Norte no Oiapoque nos anos de 1936/37.
Participou dos cursos de Transmissões
da 5ª Região em Belém-PA-1942 e aperfeiçoamento de oficiais na Vila Militar, Distrito Federal - 1949. Na sua vida militar assumiu o cargo de Diretor Técnico da Federação dos Escoteiros
do Paraná e Santa Catarina em
1938/39; participou da organização que dirigiu a expansão do movimento
escoteiro no Sul do Brasil; assumiu funções de instrutor
no curso de chefes de Escoteiros em
Curitiba, Petrópolis e Belém, de 1939/40; foi Secretário
e Relator da Comissão lnterministerial do Exército, Marinha, Justiça e Educação;
foi incumbido da elaboração do Decreto-Lei 43.545 de 31 de julho de 1940 que
regulamentou o som, a leitura e o culto dos símbolos nacionais do Brasil; comandou o Pelotão de Oiapoque, na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa, no período de 1940/1941; comandou a 1ª Companhia Independente de Metralhadoras
Antiaéreas, incumbida da defesa da Base Aérea de VaI de Cans, em Belém-PA e oficial de ligação entre o Gal. Comandante da 8ª Região Militar e o Comando das Tropas norte-americanas de Belém, recebendo a Condecoração da Ordem do Mérito dos Estados
Unidos, bem como a publicação de elogio no Boletim de 1/06/1943 do General Paula Cidade, Comandante da 8: Região
Militar. Com a criação dos Territórios
Federais, o Presidente da
República Dr. Getúlio Vargas, através do Decreto-Lei n° 3.839, de 21 de setembro de 1943, nomeou para o cargo de
Governador do Território do Amapá o Capitão Janary Gentil Nunes, o qual
chega à Macapá num avião da Força Aérea Brasileira, no dia 20 de
janeiro de
1944 com
sua esposa Iracema Carvão Nunes e
seus dois filhos Iracema e Janary, acompanhados do Ministro Negrão de Lima, representando
o Presidente da República, uma
comitiva de deputados e convidados especiais para assistirem à solenidade de
posse. De Belém do Pará chega à Macapá o iate "Coração de Jesus", trazendo
dezenas de personalidades paraenses. O porto de Macapá lotou de embarcações
vindas de Alenquer, Breves, Chaves,
Afuá, Almerim trazendo visitantes. A solenidade ocorreu no prédio da antiga Intendência de Macapá, presidida
pelo Ministro da Justiça e Negócios Interiores, com a leitura do ato do
Presidente, e o Termo de Posse assinado pelo Ministro e pelo Governador. Em
seguida o Governador do Pará fez
a leitura do ato de transferência para o Território do Amapá de todos os bens patrimoniais existentes nas
terras antes pertencentes ao Pará.
Após, o Governador Janary Gentil Nunes fez
seu discurso, citando que, naquele momento, estava falando para as 4.192
pessoas residentes nas áreas urbanas e suburbanas de Macapá e, no final, apresentou seu secretariado, composto dos
senhores: Raul Montero Valdez,
Secretário Geral; Paulo Moacyr de Carvalho, Diretor do Serviço de Administração
Geral - Geral - SAG; Capitão Humberto Vasconcelos, Chefe de Polícia; Pedro Lago
da Costa Borges, Diretor da Divisão de Saúde; Otávio Mendonça, Diretor da
Divisão de Educação; Hildegardo Nunes, Diretor da Divisão de Obras; Oscar
Leite, Diretor da Divisão de Terras; Arthur de Miranda Bastos, Diretor da
Divisão de Produção; Paulo Eleutério Cavalcante Nunes, Diretor dos Serviços
Industriais; José Miranda, Diretor do Serviço de Geografia e Estatística; Pauxi
Gentil Nunes, Chefe do Gabinete; Coaracy Gentil Monteiro Nunes, Representante
do governo no Rio de Janeiro; Benedito Amorim, Representante do Amapá em Belém;
Odilardo Silva, Prefeito de Macapá; Deloriano Ruy Seco Gemaque, Prefeito de
Amapá e Francisco Torquato de Araújo, Prefeito de Mazagão. Governou o Amapá no
período de 1943 a 1956, citando-se como principais realizações a
construção de 10 casas para Diretores; 20 casas para funcionários; 9 grupos
escolares; 99 escolas primárias; o Ginásio
de Macapá; a Escola Doméstica;
o Instituto de Educação; a Escola Industrial; a Escola de Iniciação Agrícola; a Escola Técnica de Comércio; o Hospital Geral de Macapá; 4 Centros Médicos; 16 Postos Médicos; conseguiu a aprovação
do projeto da construção da construção da usina do Paredão e a exploração
do minério de manganês; iniciou a construção de BR 156, entre Macapá/Oiapoque; adquiriu embarcações
para cargas e passageiros, rebocadores e lanchas; criou a Companhia de Eletricidade do Amapá e a
Companhia de Água e Esgotos. A
população em todo o Território do Amapá
cresceu de 21.000 para 55 mil habitantes, e a cidade de Macapá conseguiu
o laurel classificatório de 3ª cidade da Amazônia. No ano de 1956 Janary
Gentil Nunes foi nomeado para a Presidência
da PETROBRÁS, tendo desenvolvido excelente trabalho.
Em 1958 foi nomeado Embaixador do Brasil na Turquia.
Escreveu os livros: "Bandeira do
Brasil', "Defesa dos
Programas da Petrobrás" (1959) e "A Verdade sobre o Manganês do.Amapá" (1959), além de
publicações de relatórios, conferências, programas e propostas. Foi condecorado
com 8 medalhas. Extraordinário
administrador, que tinha como meta construir uma cidade na antiga área
do Contestado e utilizou todos os meios para alcançar seus objetivos. Perdeu
sua jovem esposa no ano de 1945, casando-se pela segunda vez com D. Alice Dea Carvão Nunes que lhe deu
os filhos Guairacá e Rudá. Para a tristeza de seus amigos,
e pioneiros do Amapá, veio a
falecer no dia 15 de outubro de 1982,
no Rio de Janeiro, aos 72 anos,
deixando enlutados a sua segunda esposa e seus filhos Iracema, Janary, Guairacá e Rudá.
Fontes:
Livro Personagens Ilustres do Amapá Vol. I, de Coaracy Barbosa - edição 1997e Porta-Retrato-Macapá/Amapá de Outrora
(http://porta-retrato-ap.blogspot.com).
Um comentário:
Muito bom!
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